O livro é passaporte, é bilhete de partida.
Bartolomeu Campos de Queirós

sábado, 30 de junho de 2012

Poesia para refletir

Defini as três obras que vou estudar na minha dissertação. A pesquisa consistirá em analisar a constituição do poético e os modos de recepção dos leitores infantis.

Tempo de Voo
Autor: Bartolomeu Campos de Queirós
Ilustrações: Alfonso Ruano
Editora: Comboio de Corda


Sinopse: Muitos filósofos, matemáticos, físicos e poetas elegem o tempo como material de investigação em suas obras. Em Tempo de voo, Bartolomeu Campos de Queirós também resolveu se debruçar sobre este tema pouco palpável e tão enigmático. A partir do diálogo entre um homem e um menino, o autor proporciona ao jovem leitor a reflexão não apenas sobre a passagem do tempo, como também sobre a infância e o envelhecimento, sobre a memória e os sonhos, sobre a fantasia e a realidade, sobre a vida e a morte.

O grande protagonista do livro, entretanto, é mesmo o tempo, que assume várias formas: ele é invisível, mas tem mãos, barriga, coração e pés de galinha; é ligeiro e intocável, insone e aventureiro, frágil e amedrontador; é fio, é flor, é relógio, é sol; ele faz cócegas, desbota as asas da borboleta, dá presentes, morde e assopra; e é também amigo e terno, embora tenha seus caprichos. São inúmeras as metáforas usadas pelo autor para descrever o tempo, este senhor tão bonito.

Inspiradas no surrealismo, vanguarda artística do início do século XX, as impressionantes ilustrações de Alfonso Ruano acompanham o clima do texto. Elas remetem a um mundo fantástico e onírico, onde pontos de interrogação flutuam, uma casa-cérebro inflável destaca-se na paisagem desértica, os personagens se transmutam, um copo d’água gera uma nuvem, entre muitas outras imagens do inconsciente. O tempo, o sonho, a experiência, a ingenuidade, o velho e o novo se amalgamam irremediavelmente provocando no leitor uma sensação de estranhamento permanente.

Se um dia eu for embora
Autor e ilustrador: Anna Göbel
Editora: Autêntica


Sinopse: Num cenário luxuriante, em meio a árvores e flores e frutos, bichos e riachos, pássaros e borboletas, um menino e uma menina conversam sobre a vida e sobre como vão continuar juntos se um deles morrer… Texto curto, enxuto, carregado de poesia e de reflexões sobre vida, morte, natureza e amor.

O fazedor de amanhecer
Autor: Manoel de Barros
Ilustrações: Ziraldo
Editora: Salamandra


Sinopse: Este livro é o registro da união de dois artistas, dois gênios, dois grandes homens que nunca deixaram de ser crianças. Ziraldo, o poeta da cor e da forma, e Manoel de Barros, o poeta da palavra, que pega infinito em antena de mosca, colhe flor lascada na pedra, entorta paisagens só para o amor caber nelas. Os poemas de Manoel de Barros - ele já disse mais de uma vez - não são para ninguém entender. São para a gente esfregar nos olhos, espreguiçar e acordar mais feliz. E quando Manoel escreve e Ziraldo ilustra, a poesia acorda toda arrepiada de Sol... e quem amanhece é o leitor.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Poema sobre o poema

A obra é constituída por um metapoema lindo e comovente. Vale ler.


Isto é um poema que cura os peixes
Autor: Jean-Pierre Siméon
Tradução: Ruy Proença
Ilustrações: Olivier Tallec
Edições SM, 2007

Léo, o peixe vermelho de Artur, está muito quieto. Até parece que ele vai morrer de tristeza! E, para salvá-lo, Artur tem de lhe oferecer um poema. Mas o que é um poema? Artur pergunta para muitas pessoas, mas cada um dá a ele uma explicação diferente. Entretanto, da soma dessas respostas, o menino descobre um outro mundo: aquele das palavras, dos sons e das rimas.

Boi da cara preta

No III Congresso Internacional de Leitura e Literatura Infantil e Juvenil, apresentei um estudo dos poemas "Dorme, pretinho" e "Macaquinho sem-vergonha" pertencentes a esta obra, que é fortemente marcada pela musicalidade.


Prêmio Associação Paulista de Críticos de Arte (1983); Certificado de Livro Altamente Recomendável pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (1983); Selecionado para participar da Feira de Frankfurt (1994).
Com belo jogo de palavras, Capparelli apresenta situações inusitadas que revelam às crianças suas alegrias e aflições. Alguns poemas lembram as parlendas; outros, as cantigas de ninar. Mesmo as crianças de mais idade encantam-se com o ritmo e as rimas apresentados nos poemas.

Ervilina e o Princês

Sucesso garantido por onde eu passo lendo para os pequenos...


Este conto de fadas às avessas foi publicado pela primeira vez em 1986. Depois de alguns anos fora de catálogo, ressurge numa edição que homenageia a autora carioca, falecida em 1997. A princesa esfarrapada, esmolambada e tão decidida que a própria Sylvia desenhou, agora ressurge nos recortes e colagens de Laura Castilhos. O texto nos faz rir e pensar e, como não podia deixar de ser, nos deixa com aquela saudade boa da Sylvia! 

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